meu veleiro... poema
oema
fiz-me ao largo...fiz-me ao largo
e levei comigo recordações de minha alma...
fiz-me ao largo , fiz-me noite, fiz-me dia,
vesti-me de madrugada
chorei e suspirei cada silêncio...
de quem já nada tem para dizer...
vesti-me de madrugada e gelei,
dormi com todos os medos
fechei as mãos e tentei adormecer...
fiz-me ao largo ... e penetrei
nos sonhos de toda agente
fiz-me ao largo ... e inventei
que tudo ia ser diferente...
senti molhadas as faces
meu peito batia forte, segurando o coração
como um veleiro assustado
que não segura a tempestade em sua mão...
ventos de estranhos poderes
celerados navegantes
fantasmas feitos de dor
que seguram a ferro e fogo
a ânsia de ser amor...
meu veleiro minha alma,
oh.! meu sonho assim desfeito,
que navegas assustado no meu peito,
que te quebras qual cristal ...
minha alma é um veleiro,
que se queda, que se afasta sempre igual
que se veste de festa pr'a dançar
e se reveste de giesta para amar
como quem naturalmente se detém,
diante das certezas que não tem...
meu veleiro minha alma alvoraçada,
meu frágil ser como te afastas
da margem onde encostados
estão outros veleiros encalhados
que não conseguiram navegar...
meu veleiro minha alma
que força é essa que te abraça
e te devolve o teu estado de graça
forçando teu rumo sem esperar,
que as velas desse veleiro esvoaçando
te mostrem que no mundo comandando
se mantém tua rota para amar...
lasalete