adopção plena...
NÃO HÁ FACILIDADES NA RUA ... EXISTE APENAS UM FECHAR DE OLHOS QUE É DO CONHECIMENTO DE TODA A GENTE...
ainda que não queiramos a aceitar, a rua é o passeio onde a pobreza de desdobra em pleno dia por milhões de almas , senão biliões de almas em todo o mundo...
como funciona em outros países?... talvez do mesmo modo que no nosso país...
mas o que mais fere a sensibilidade de todos nós, é que os seres humanos que hoje estão na rua e são consideradas pessoas sem abrigo, são homens e mulheres e até crianças que ninguém quer, com quem ,na maioria dos casos ,ninguém se importa...
sempre que os vemos, não imaginamos de onde vieram, quem são afinal e para onde se dirigem, porque eles tal como os demais, parece que vão a caminhar para algum lado...mas para onde? e ao encontre de quê?...
quem os quer?
quem os procura?
quem os solicita?
complexo este raciocínio, não?... porque parecem ser os filhos de ninguém...
no entanto, percebemos quando os abordamos, que têm histórias fantásticas para contar...
percebe-se no seu falar uma tristeza profunda, que alguns tentam disfarçar , que tentam esconder por detrás de alguma agressividade e até de furtivos olhares, que só passado algum tempo, passamos a compreender...
ler os olhos das pessoas sem abrigo, começa a ser interessante...
filhos de ninguém, adoptados plenamente pela rua, que os chama a todo o tipo de atitudes e dramas, passam a ser, irmãos daqueles que nada têm de bom em seus fundamentos morais, porque são eles os adoptantes, que reclamam dos mais fragilizados acção continuada em situações pouco louváveis...mas de forma subtil, quase sem cheiro a pecado...
os filhos de ninguém, não têm para onde ir, nem têm para onde se voltar...
a maior dor na actualidade, é que os novos pobres estão a aderir rapidamente a este tipo de situações...
estão tão mal amparados, sem saberem como satisfazer no imediato a sua situação económica, com despesas acumuladas, que não é difícil aderir ás inúmeras situações de ilicitude que por aí pululam, como se de anúncios se tratassem...
salvam-se os que moralmente já são mais equilibrados e de uma forma ou de outra primam pelo seu brio espiritual...
mas o drama complica-se mais ainda, quando percebemos que os engajadores do pequeno delito, na procura de novos delinquentes, se misturam nas instituições, entre os que pedem auxílio, para lhes oferecer vantagens no imediato, para satisfação dos seus interesses...
prometem facilidades e depois largam estes seres ao seu destino...
nada se pode fazer... as autoridades têm conhecimento do facto, mas nada fazem para que as situações não continuem a acontecer...
a adopção é plena, quando ninguém quer os mais carenciados, a rua os adopta sem problema algum, mas depois, cobra bem alto, colocando nos seus ombros, uma série de problemas, com os quais eles não contavam... mas... já que esta estava bem difícil de aguentar...!!!!!!!!!!
a vida é madrasta dizem eles...
mas a vida nada tem a ver com as dificuldades, de quem não sabe fazer as suas escolhas...
depois se diz que a culpa é da vida... esta também não tem culpa...
a culpa é de todos nós, sociedade, que conscientes desta situação, deixamos que a rua adopte todos os que na sociedade percebemos serem excluídos...
pensemos sobre este assunto...
adopção plena em nome de coisa nenhuma e de uma felicidade que nunca existirá...
neste momento parece que as novas oportunidades, são também o crime e a corrupção em nome do facilitismo, porque quem de direito havia de ajudar os mais desprotegidos, se protege fingindo ignorar o drama de milhares de portugueses...
lasalete