criança... versus AMOR
sou criança...
sobro na mão da humanidade atordoada,
contribuo em ternura, para o mundo pobre e dissoluto…
mas vivo das sobras emocionais de quem, ainda em bruto,
tem por lapidar diamantina convivência,
se esquecendo que eu sou, em absoluto a esperança,
da certeza de Deus na humanidade, em sua essência…
sou criança,
desejada ou não, nasci, eu sou…
sei de crianças que não lhes foi permitido um só sorriso,
não conseguiram vingar a ideia de que viver, pode ser o paraíso,
que é possível viver acima dos medos, dos temores,
mas que, para além de todos os escrúpulos, existem os amores,
que se fazem fecundar, mas sem juízo…
sou criança,
como são as borboletas em toda a natureza,
como são as flores florindo sem dono e sem espaço,
como são as aves que nidificam sem regaço,
como são o vento e o sol, a chuva e o trovão,
expressão máxima da ciência absoluta,
filhos do amor de Deus … Pai da criação…
sou criança,
sou filha de Deus, expressão do seu amor,
dignificando ordens de absoluto e são desprendimento,
mas de regular e extremada resolução evolutiva,
de elevado poder conscencial em cada sentimento…
sou criança,
que vida controversa…
amada e ofendida…indefesa e defendida,
amorosa e excluída …frágil e escravizada,
simplesmente amortalhada, na volúpia, no prazer
e nesse massacre constante em minha essência,
eu rogo a Deus que abane a consciência,
de quem tudo observa e finge nada ver…
sou criança,
vergada ao peso dum referendo para nascer,
abortada sem vontade e sem ordem pr’a viver,
tiritando de frio num amor irrealizável,
e isolada sem amor para crescer,
sou abandonada, sem razão justificável...
e tu ?... também já foste criança ?...
tens a certeza?... já foste pequenino ?
porque mutilas então meu corpo em formação,
porque maltratas meu pobre coração,
porque alteras as leis que te dão jeito,
porque escravizas, se tens sobra de pão,
eu só queria ficar junto ao teu peito,
não me abandones, não sei dormir no chão…
tu... tal como eu...
somos um teste fiel do amor da humanidade,
da imaturidade real em que se abriga loucamente,
do despótico prazer com sabor a realidade,
em sôfrego padecer, fingindo que vive feito gente,
do vomitar constante de ideias obscenas,
com que o mundo tenta alimentar a minha mente...
ninguém me sabe dizer apenas...
és linda... que sejas feliz como Deus quer,
venhas a ser como todos, homem ou mulher,
eu sou " adulto", vou lutar contigo,
por ti e por todas as crianças,
que vivem sem abrigo... sem grandes esperanças…
vou lutar… pelos filhos de todos os pais,
ensinando aos pais de todos os filhos,
que todos temos o direito de nascer...
de ter pão, saúde e educação,
e sem soberba, avareza ou ironia,
temos que deixar como herança á humanidade
a certeza de cada lar em harmonia,
para que o amor por todas as crianças
não passe de uma pura fantasia …
lasalete...17,00 h .. 29-05-2010