não sei onde estudaram os ministros que ao longo do tempo vão de lá para cá...
mas uma coisa eu sei... todos eles foram crianças abastadas ou pelo menos não foram necessitadas...
nunca tiveram de esconder o rosto, perante o saco de pano onde levavam os parcos haveres que era possivel juntar...
quando eu ouço dizer que o ensino é obrigatório, eu pergunto com quem é que eles estão a brincar...
sabem que nem todas as crianças têm as mesmas possibilidades e divertem-se a esconder contas e a tapar buracos económicos para que alguns palermas votem neles quando necessitarem de fazer valer a sua pouca ciência...
nunca se deve cortar num orçamento escolar e o estado já teve tempo de criar uma editora que permitisse , a seu tempo que todas as crianças tivessem os livros no dia marcado...
é uma violência o que se está a passar com os manuais escolares e uma prepotência do estado, colocar violentamente algumas crianças na chacota dos outros colegas... e todos nós sabemos que há crianças que não perdem oportunidade de masacrar os que menos podem...
cabe aos adultos proteger as crianças, já que a Constituição Portuguesa é letra morta...
os senhores ministro e os seus secretários nem imaginam como doi, olhar os livros dos outros meninos, novinhos, canetas bonitas , borrachinhas tão interessantes e termos que esconder o material, gasto, sujo e sem conformidade com o exigido...
depois as professores não têm coragem de exigir pela prática mais honestidade e revelam falta de senso ao pedir uma lista de material exagerado...
tudo istio é revelador de pessoas que necessitam urgentemente de tratamento e que de certeza não estão no lugar correcto...
como é possivel entregar um rendimento a uma família de 415 euros e pedir-lhe uma lista de livros de 565 euros para os filhos que estão na escola...
as pessoas que colocam o país neste estado, deveriam estar presas, não foi para isto que o 25 de Abril aconteceu... que liberdade é esta que está a algemar as suas crianças... que estão a crescer neste mundo tão cruel...
depois a criança não tem aproveitamente e lá vem a srª. psicologa assustar os pais e amedrontar a criança...
neste momento são inúmeras as crianças que , como dizem os pais ( andam no psicólogo) ... onde pára o amor...
quando falamos destas crianças não estamos a falar dum colégio privado, duma faculdade... estamos a falar dos primeiros anos do ensino obrigatório...
cortam os livros na infância... cortam o emprego na juventude...cortam o pão na idade adulta... cortam na saúde na 3ª idade...
e ainda falamos do terceiro mundo...
parece que chegou a hora de classificar os ministros ... porque não?...
este poema leva-nos a entender um pouco mais a alma de quem na rua tem o seu estado permanente... obrigado pelo egoismo que ainda veste a humanidade...
se a humanidade me permite querer...
eu.....................
quero ser amado á luz do dia,
sem o frio do chão que á vida faz doer,
quero ter como todos a louca fantasia
duma cama onde possa adormecer...
não quero ser acordado pela noite
pelos olhos mecânicos de alguém,
que me dá de beber e de comer
mas que no fundo chega e parte
e eu fico sem ninguém...
quero ter uma porta onde entrar
um número qualquer só para mim,
para onde Deus por amor manda recados
em cartas perfumadas de jasmim...
quero ser como aqueles que passam pela rua
ligeiros com certezas guardadas em seu peito
quero ser a verdade deles, quase nua,
de que se chegam a mim sem preconceito...
quero fugir do chão sujo e molhado,
que guarda em si os pecados de ninguém...
porque os de toda a gente sem saber
é o meu louco coração que os retém...
quero dizer de frente á madrugada,
que fugi da noite e sonhando adormeci,
numa cama com lençóis e perfumada
tal e qual o berço onde outrora assim dormi...
quero louca e sofregamente possuir
um lugar para amar como um qualquer,
um lençol amarrotado de suor
e a recordação em minha pele de uma mulher...
quero sentir na mão uma cortina amarrotada
daqueles que vêm á janela para olhar
a lua que se esconde envergonhada
quando alguém rouba o direito de sonhar...
por tudo isto...
não me dês um cobertor... dá-me os abraços...
que o mundo não me deu por ser sincero,
não me dês meias para os pés, porque os meus passos
tomam sempre a direcção que eu nunca quero...
eles ?... oh !...já conhecem as ruas como a alma
da cidade que nunca está dormente,
que acorda a cada hora quem sossega
no chão onde passa toda a gente...
não me dês de comer... dá-me a certeza,
de que tudo pode mudar para melhor,
e que todos os filhos da desgraça
vão poder fugir de vez a tanta dor...
demora-te em mim um segundo... amigo... eu sou humano...
não me evites, nem me olhes assim tão de repente...
não sou divino... amigo ... eu sou profano...
mascarou-me a dor ,sou pobre, mas sou gente...
sou o rosto do amor ignorado
que sepultou a caridade em agonia,
eu só quero um lençol amarrotado
eu quero ser amado á luz do dia...
lasalete ... ( poemas do fundo da alma)... 1-12-2009 ... 3 h
hoje em dia muito se fala de: ver o mundo com outros olhos...
no final de contas, todos estamos á espera que assim seja …
que o mundo, composto das pessoas que nos rodeiam de mais perto, passe a ver o mundo com outros olhos, que haja dentro de cada um essa capacidade, que já se vende por aí, na comunicação social, nos consultórios de psicologia e de psiquiatria, nas medicinas alternativas e nas alternativas que vão alternando por aí supostamente documentadas... enfim, toda a gente parece aparentemente preocupada com um mudança profunda, que vai ter efectivamente que acontecer no seio desta massa humana, deste maravilhoso século de vida...
mas já vai sendo exigido a cada um de nós o desmoronamento das nossas torres gémeas, o descair de uma vez por todas do ORGULHO e do EGOISMO, que teimam em se manter de pe´...
esses monumentos monstruosos, que têm dizimado as nossas relações pessoais e que têm avolumado os nossos dramas humanos, tem-se mantido exactamente, porque teimamam em sustentar de qualquer modo e bens firmes esses monumentos emocionais...
numa patética relação de aparente bem estar, a vida vai-se entregando de forma grotesca ao polir constante dos vitrais das nossas torres temperamentais...
a infiltração que de uma forma ou de outra a vaidade vai forçando, não tem constituído em nós possibilidade de mudança interior...
a quase certeza de que um dia tudo vai ser diferente, ainda não aconteceu verdadeiramente ... e não acontece porque ninguém tem coragem de abdicar do EGO …
numa pútrida procissão de aparentes poderes sobre a vida dos demais, sob o palio político, as personagens sucedem-se e vão matando as esperanças, muitas vezes alimentadas á custa de muitos sacrifícios...
porém, um outro facto se sobrepõe, merecendo a nossa atenção...
hoje em dia em quem podemos confiar?...
muitos dizem ( em ninguém ), eu porém, atrevo-me a dizer... ( em toda a gente )... devemos confiar em toda a gente sim, mas só temos é que saber usar de uma ferramenta que não entrava nos nossos hábitos de relação ( a prudência)... e a prudência tem a ver com a possibilidade de também salvaguardarmos as nossas relações...
não franquearmos a porta seja a quem for, por amizade, por alegria, por desleixo, por inabilidade relacional...
mantermos a nossa vida, não fechada a sete chaves, mas mantermos a nossa vida num regime de normalidade construtiva...
hoje em dia, é necessário aprender a construir amizade, relação de proximidade que inspira franqueza...
hoje em dia é necessário não querer muitos amigos, mas conservar em nosso redor, amigos... mas amigos, que não fiquem perto de nós por interesse…
mas aqui aparece um outro drama … o mais problemático acontece: - como vamos descobrir a janela da incondicionalidade ?...
perguntemos: como nos vêem afinal esses amigos?, que nós estamos a querer conservar?...
essa é a parte mais difícil da relação de qualquer ser humano…
por isso mesmo, ponderemos, para que não nos surpreendam as torres gémeas de que falei e que nos parecem engolir, quando de repente as vemos, nitidamente, numa discórdia, numa dissolução de amizade, inesperadamente, que põe a nu o que nós não queríamos ver...
o mundo neste momento, precisa de entender, que as nossas torres gémeas estão ainda erectas, acima de qualquer suspeita e que um dia vão ruir...
estamos sempre a ver quando é que os poderosos caem, mas atenção, até o mais pobre pode ter ascendência sobre outro mais pobre ainda…
orgulho e preconceito, nada tem a ver com classe social...
estamos todos a tentar comunicar de forma mais directa, mas a prudência nos vai ensinar a construir em nosso redor, em verdade um mundo mais justo, mais franco, mais disponível ás boas práticas de relação pessoal...
é só esperarmos que se acalme o mundo, que neste momento se movimenta convulsionado, ainda dentro das grandes e graves preocupações materiais...
o homem do século passado construiu e alimentou o monstro que agora o quer devorar... o capitalismo e o seu filho ( o consumismo)... agora tem que saber como os pode parar... sempre dissemos que a educação tinha que vir a seu tempo...
hoje somos mal educados por conta própria...
vamos ser forçados a separar o supérfluo e o necessário…
num tempo em que se fala tanto de formação, temos que formar e não formatar, com urgência, espíritos mais sensíveis, mentes mais correctas, mais humanas, para que o mundo não seja a cada dia que passa , o mar de tragédia que temos observado nas noticias de todo o mundo...
um inferno, ou um purgatório, quase considerado de alienados mentais, consomem para se consumir , e quando não o podem fazer partem para o confronto directo com o mundo que os rodeia ...
avançar em moldes mais concretos, diferentes, construindo uma sociedade mais justa e mais inteligente, só tem um caminho:
( que cada um derrube as suas torres gémeas... e se levante após, com humildade suficiente, e prossiga com uma preocupação crescente, colaborar com o resto do mundo…)
existe a pobreza que todos observamos, na rua, nos trajes, nos rostos, nas notícias...
enfim, pobreza…qual companheira inevitável que nos entra pelos olhos dentro...
hoje em dia, é mais difícil dizer quem é pobre e mais difícil ainda detectar quem está efectivamente a mentir e vem dizer que nada tem, tendo tudo...
de uma forma ou de outra, sempre aparecem uns quantos, que com algum tacto lá vamos detectando e assim avançamos no campo das emoções educativas...
neste novo ano social, que se iniciou no Coração da Cidade no dia 1 de Setembro, a pobreza tem um espaço privilegiado, dentro de um novo horário, com 10 horas de atendimento contínuo de apoio social emergente, e tem acima de tudo uma cordialidade por parte dos voluntários, que eu mesma tenho vigiado, para que possamos levar enfrente o nosso grande projecto de solidariedade...PORTA ABERTA…SOPA QUENTE…CARINHO PERMANENTE…
em menos de três dias, o número de utentes no refeitório subiu na razão dos 100 utentes...
estamos agora com cerca de 500 utentes para fazerem a sua refeição e alguns estão a fazer duas refeições… mas, o que nos surpreendeu também, foi o número assustador de caras novas que vêm pedir ajuda...
alterando substancialmente as salas, colocamos no primeiro andar a sala de apoio emergente e diagnose social, quer para as famílias carenciadas, quer para as pessoas sem abrigo… e durante todo o dia as escadas da instituição em direcção a esta sala, se oferecem aos passos vacilantes e temerosos de quem pela primeira vez vai pedir auxílio...
no mesmo espaço vai passar também a funcionar a nossa farmácia social…
num singular desafio, a vergonha cedeu á pressão das necessidades mais básicas…
rostos de olhos colados ao chão, se vão abrindo e erguendo o olhar, que termina por ganhar confiança, abrindo a sua história de vida, que vai sendo desfiada, como quem desdobra páginas de um livro proibido de ler...
com lágrimas á mistura e tremendo pelo inusitado da situação, homens e mulheres abrem o coração e entregam-no á novidade de ficar durante algum tempo, dependente de uma instituição...
mas, de forma mais sincera e humana possível, nós vamos desmistificando a situação e mostramos que não é bem assim… sempre se podem apoiar mais uma vez no seu trabalho, podem doar o seu tempo para ajudar os outros e têm á sua disposição apoios sociais no campo da alimentação, do vestuário e calçado e de bens para o lar, para quepossamseguir em frente, rumo a um futuro mais de acordo com a vida que em tempos lhes era propícia…
dadas as primeiras explicações, as expectativas mudam e os interesses também...
o importante é colocar um novo sorriso num rosto molhado pelo desespero...
todavia, um grave problema me preocupa…
com mais frequência, estamos a receber casais jovens, que foram obrigados a deixar o seu lar e estão como eles dizem ( por favor ), na casa de familiares que os acolheram, deixando em aberto que tudo é temporário...
estes casais, têm crianças a cargo, que se percebe serem tristes, que não estão alheias á situação, ao desmoronar do seu lar, da casa onde foram criados , do seu espaço… e que de repente, se vêm numa situação muito complicada, (terem que fazer a sua refeição numa instituição )...
nem todos os familiares estão para deixar tudo na mão dos que de repente lhes entram porta adentro... deixam que durmam, mas a grande maioria não partilha as refeições...
com todos os cortes na saúde, nas ajudas sociais, estes novos lares estão aí pela cidade do Porto e já vêm de longe para pedir ajuda...
a nossa grande preocupação é que neste momento tudo está desorganizado e as técnicas sociais não sabem como contornar a situação, tal a escassez de verbas...
a maior parte dos casais com crianças, ainda em idade escolar, enfrentam um outro problema, como vão adquirir material escolar? ... e os livros que são tão caros?...
é necessário ver até que ponto estamos a sangrar, quem já está agonizante...
este dilúvio social, só vai conhecer um dia a revolta, por muita esperança que nós tentamos transmitir, ainda não conseguimos estancar a raiva que percebemos na alma de tanta gente...
neste momento, nós, Coração da Cidade, estamos a fazer o mais que podemos...
pedimos por isso mesmo, que os que nos estão a ler, se registem como voluntários, que quem ler estas linhas não as ignore e se referencie como colaborador, angariando produtos de limpeza, de higiene pessoal, géneros alimentares e que ajudem da forma que puderem...
O Coração da Cidade está sempre ao dispor de toda a gente de boa vontade...
entrem em contacto connosco e venham ajudar a servir quem vem pedir ajuda...
nós estamos com 10 horas seguidas de distribuição e precisamos de mais braços…
quando largar o seu trabalho ás cinco ou ás seis horas da tarde ainda pode vir ajudar…
há muito trabalho para preparar para o dia seguinte…
não se prendam pelo vestir de alguns utentes apenas porque vêm limpos , apresentam-se bem asseados… as aparências iludem, os mais pobres na actualidade já não têm o aspecto do ( homem do saco)... são seres como toda a gente, que ainda há bem pouco tem tinham o seu emprego e faziam a sua vida de forma normal...
a maior parte nunca imaginou que um dia iria a uma instituição pedir um prato de sopa quente…
venham ajudar-nos, mobilizem o vosso potencial, façam-se amigos do Coração e ofereçam ajuda financeira...
O Coração da Cidade está a passar por um período de grandes mudanças... venha até nós...
foi espectacular a recepção feita por voluntários e utentes ao serviço de apoio emergente que O Coração da Cidade adoptou no início deste novo ano social...
desde as 10 horas da manhã que a instituição de portas complectamente abertas , se abria de alma e coração a todos os que procuravam auxílio...
sensibilizados pelo alargamento do horário os utentes de forma ordeira foram mostrando o seu contentamento...
distribuimos alimentos por todos durante todo o dia... ininterruptamente...
pelas 9 horas da noite os voluntários finalmente puderam descançar...
mas a nossa sensibilização era constante, já que o rosto das pessoas sem abrigo está a mudar a cada dia que passa...
principalmente homens, são os que mais sofrem com esta crise social, já que parece não terem tanta capacidade de aceitação quanto ás imtempéries da vida...
sairam agradados com a nossa acção, mas muitos se lamentavam por não conseguirem tranbalho...
alguns já não tem o rendimento social que lhes permita pelo menos fazer face ao pagamento dum quarto para dormir e ao aproximar-se a estação mais fria temem pela sua sorte...
outros casos, não de pessoas sem abrigo, entupiram o nosso horário... mostram o desespero de pessoas com familiares a cargo, que vinham pedir ajuda alimentar e que queriam aderir ao programa VER ...vidas em risco ...
alguns, licenciados e muito cabisbaixos, porque nunca estiveram neste situação...
as leis de emergência social, têm que ser rápidamente trabalhadas por quem conheça o terreno da pobreza, ou atingiremos a médio prazo o caos social e daí a revolta popular...
mas no Coração da Cidade, a vida está complectamente voltada para os que precisam...
recolhemos alimentos durante todo o dia e distribuímos a todas as horas...
está a valer o dobro, o nosso tempo solidário, pela felicidade que conseguimos colocar em cada coração...
que Deus a todos nos ajude...
a todos os que estão a colaborar connosco um imenso obrigada...