ai Coração... Coração ...

Perdoa-me Senhor

porque parei olhando a indigência

porque quero substituir a maldade

porque peguei ao colo nos que passavam cansados

porque aliviei os que estavam feridos

porque ao fazer o bem denunciei o mal

porque ao ajudar derrubei a indiferença

porque sequei as lágrimas dos segregados

porque cortei as algemas do medo

porque abalroei os muros da separação

porque enganei a morte iluminando a alma

porque sou a ponte entre as margens separadas

porque falo de paz no seio da guerra

porque levo alimentos ao meio da fome

porque falo de amor enfrentando os homens

porque na tentativa de imitar o amor

apenas posso pedir-te

perdoa-me senhor...

este poema é dedicado a todos os voluntários e pessoas de bem que estão em serviço constante para que oo mais desprotegidos fiquem bem...

ontem ficamos estarrecidos... mais um acidente e ficamos sem o último veículo que tinhamos... um condutor cansado não respeitou o sinal vermelho e atirou-se para cima dos voluntários que seguiam correctamente na sua facha.

Graças a Deus ninguém se feriu...

um anjo esteve lá olhando pelos voluntários do Coração da Cidade...

ainda há quem duvide e continue a fazer mal aos outros ... a misericórdia

dinina sempre está presente... obrigado Senhor.

flores para o meu anjo... e para todos os anjos que velam pelo Coração da Cidade.

lasalete

1 comentário

Fernando Correia 13.01.2007

Olá, D. LASALETE
Já ontem, fiz aqui um comentário que infelizmente, depois de tentar enviar, obtive como resposta, "página não disponível", assim, vou tentar novamente passar o meu pensamento.
Fico contente, por a ver por aqui; às vezes não é pelas melhores razões que a senhora cá vem, mas são realidades que não se podem escamotear.
A propósito das burocracias, que este país tem, e emperram a vida daqueles que não podem perder tempo, principalmente, aqueles que como a senhora, dispõem do tempo para ser utilizado nobremente, venho aqui dar uma achega.
Sou admirador da Obra da Casa do Gaiato, fundada pelo saudoso Padre Américo e, todas as quinzenas me vem parar às mãos, o jornalinho "O Gaiato", desta feita num artigo assinado pelo Padre Acílio, vem a história contada por ele, de uma senhora que lhe falou de um rapazinho de 12 anos, que não tinha pais e, que vivia com uma tia doente, a qual era divorciada, tinha quatro filhos, (dois rapazes e duas meninas, uma delas a fazer tratamentos na Oncologia do Porto). O padre Acílio, foi ver a situação, e encontrou de facto aquela família a viver, como tantas neste país, em condições degradantes. Três quartos tinham os colchões no chão e só um tinha uma cama, onde dormiam as meninas, a senhora vivia de esmolas... analisada a situação, chegou à conclusão, que era necessário ajudar, assim, disse à senhora que lhe tinha recomendado o caso, que a "Obra" receberia o rapazinho. No domingo seguinte, lá apareceu a senhora no seu carro, com o rapazinho para lhe dar uma nova casa e, quem sabe, mudar o seu destino.
Disse o padre Acílio à guisa de comentário (que diferença para tratar estes assuntos, se fosse um caso encaminhado pelos serviços do estado, normalmente iriam dois ou três técnicos, um motorista, um carro do Estado e em horas e dias úteis).
É por causa do desperdício em N situações desta natureza, que as ajudas, que chegam das entidades oficiais, quando chegam, são poucas e tardias.
Não será tempo de se criar um grupo de trabalho, que congregue, todas estas organizações que se dedicam a ajudar voluntariamente, os mais desfavorecidos e, possa juntamente com os orgãos oficiais encontrar soluções, para que não se esbanje dinheiro e, se possa mais eficazmente ajudar quem precisa? - Acredito, que o Estado e os pobres, ficariam a ganhar, se pudessem ter pessoas, que como a D. Lasalete, lhes abrisse o Mapa das Necessidades e, lhes dissesse, "O CAMINHO É POR AQUI"
Até sempre, querida amiga.
Fernando Correia
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