o amigo... do meu amigo Fernando ...
ao sentar-me para escrever, tinha em mente um tema mais ou menos parecido com aquele que vou neste momento levar à vossa consideração...
ainda que mal pergunte ... será que todos já acordaram ?...
eu disse antes de me deitar, que iria sonhar e sempre acontece que adormeço com as mesmas preocupações ... o que fazer de melhor e mais rápido para conseguir conforto, para mais gente ...
acordei de um sonho interessante e com umas ideias fantásticas sobre a pobreza ... o que mudar e como mudar ...
mas...
antes de escrever verifico sempre os comentários...
e se lerem como eu li, o último comentário do nosso amigo Fernando Correia sobre " um dia de cada vez" vão perceber a que me refiro...
as temperaturas vão aumentar ... a chuva deixa de ser o pão nosso de cada dia e o inverno agreste, por uns tempos, deixa de ser a paisagem chatinha a que estamos habituados...
e assim, como a chuva se vai, também a nossa psicologia sobre a caridade e o bem estar do próximo , no que concerne aos pobrezinhos, também se vai desvanecendo, porque tendencialmente, medimos o bem estar dos outros pelo nosso bem estar...
só que, o bem estar de muita gente, embora a subida das temperaturas, continua a não ser nenhum... e para muita gente, a vida tal qual a suportam é um inverno permanente...
suas vidas permanecem geladas o tempo todo, a alegria de viver esmorece e embora a esperança que conseguem encontrar em algumas palavras amigas, não o é suficiente para levar a diante uma perspectiva de vida de fé não oscilante...
casos assim, como o caso que o nosso amigo conta , de quem trabalha o tempo todo e não consegue por vezes, nem ganhar para o alimento necessário é real ... e ainda paga dívidas alheias, que ele próprio nunca contraiu...
parece que este cenário, já adorna o palco da vida de muitos portugueses...
por isso mesmo, eu faço apelos constantes , para que todos os que estão mais lúcidos ajudem a construir um mundo melhor e mais justo...
ajudem a construir uma plataforma de apoio, onde os que vão aparecendo com fracas possibilidades de sobrevivência, possam resistir ao inverno da incerteza, vivendo um pouco melhor nessa tórrida agonia que os lança num desespero sem precedentes...
a guerra da impotência de vida está a travar-se em silêncio... mas nõs temos conhecimento dela... vem pela vida dentro como um polvo, que se a apodera gulosamente de quem lhe passa perto e estende seus tentáculos, através do desregramento, da luxúria e de todos os vícios que já nem vale a pena enumerar ...
a deseducação subiu ao mais alto nivél... e os que estão alerta para a reconstrução de um mundo melhor, têm que estar duplamente atentos para que não aconteçam mais desmoronamentos sociais, porque as nossas crianças estão a crescer em direcção á vida e não podem ser engolidas pelos gigantes desnudos de educação e de amor...
muito boa gente trabalha, sem nunca usufruir de paz...
como diz o meu amigo... o seu amigo não é preguiçoso... é um trabalhador, tem direito ao seu salário...
e este salário, passa também pela tranquilidade a que tem direito, porque se esforça, carregando com pecados alheios...
o país não anda bem... todos o sabemos...
mas meus amigos, o país somos nós, perto dos que vivem ao nosso lado, e Portugal não é uma aldeia legada como herança aos ministros, é nossa por direito divino, já que foi Ele que entendeu que deveríamos reencarnar nesta nação...
a lei divina assim o ordenou, assim o permitiu, então o país é da nossa responsabilidade... ou será, que quando a nossa casa está mal, vamos ao vizinho pedir para a colocar em ordem? ...
Portugal é a nossa casa e como em todas as casas, existem filhos bons e menos bons, problemas e desafios a enfrentar, momentos felizes para recordar e por vezes até nos excedemos um pouquinho no orçamento familiar... e também damos connosco a dizer que o pai ou a mãe não souberam poupar o suficiente, ou geriram o orçamento com menos cuidado...
pois, se custa governar a nossa casa, quanto mais um país ?...
a falta de amor e de carinho, com o que nos rodeia, é que adensa o problema que é tão velho quanto o próprio homem... o egoísmo...
repartir é uma arte... partilhar uma virtude...
quando O Coração da Cidade nasceu, foi com esse objectivo... ensinar a partilha de bens,,, morais, espirituais e materiais, porque todos estes bens estão interligados...
NÓS SOMOS A PONTE ENTRE AS MARGENS SEPARADAS ...
é extremamente necessário fazer ajustes na nossa maneira de ver o mundo...
perguntar onde podemos ser úteis ...
criar pontes de lançamento para a felicidade...
criar estruturas de esperança, para quem passa por momentos difíceis ...
nã o custa nada repartir...
um dia a ponte que ajudamos a construir , pode ser a passagem, para que nós não fiquemos isolados na outra margem...
a união faz a força ...
e dar as mãos não custa nada, a não o ser que sejamos paralíticos da alma... ou loucos...
viver construindo esperança, é ajudar os que se esforçam, a sorrir como nós...
o Verão vai a acontecer e tendencialmente se esquece a pobreza, só que ela não vai embora, continua a viver nos mesmos sítios, nas mesmas casas, com as mesmas pessoas...
a pobreza é neste momento uma manta rota, que já não tem por onde cozer...
mas também parece que não interessa a ninguém concertar ... senão, de que iriam viver os que vivem á custa da pobreza ? ... é verdade... pi é ... e custa muito a admitir...
onde se fariam grandes e graves discursos a puxar ao sentimentalismos , com promessas sociais , se não o existissem os pobres ?...
os comendadores não existiriam senão fizessem grandes doações em nome dos mais desfavorecidos...
santa ignorância...
seríamos todos mais felizes se todo o mundo fosse melhor, mais justo , mais são, mais alegre e mais construtivo e disciplinado...
mas a bem da nação, F á tima, fado e futebol, continua ser o que dá ...
e vamos lá nós saber porquê? ...
afinal não passamos de zés povinhos, aparvalhados, a importar estrangeiradas sem nexo...
queremos dar um passo maior do que as pernas e agora andamos de muletas...
afinal onde pára a liberdade ?... não sabe? ... eu digo...
NA MENTE DE CADA UM DE NÓS
E NA BOA VONTADE
DE GENTE QUE NÃO MEDE ESFORÇOS
PARA CONSTRUIR ...
ajude a construir essa ponte solidária...
procure-me, deixe de lado essa mania de que não tem nada a ver com isso ...
afinal você é feito de quê? ... vai permitir que a sua mentalidade seja igual á mentalidade de tantos parasitas que andam para aí a viver á sua custa? ...
pois é amigo ... quando despertamos, obrigamos todo o mundo a despertar connosco..
fazer barulho é o que está a dar ... anda muita gente calada para o meu gosto ...
lasalete