Grito de guerra ... ( poema)
" homenagem aos soldados de todas as guerras que as ditaduras impõem ...
que os valentões que governam inventam, mas que não têm coragem de combater"
um grito de dor por todos os que tombaram , a mando daqueles que nunca tiveram coragem de pegar numa arma...
um abraço poético a todos os mutilados de guerra ... no corpo e na alma ...
os abraço com alma e deste jeito lhes presto a minha homenagem...
Gritavam chorosas as mães e os amores,
de nada valendo a quem nada mais podia...
e os mandantes do crime emudeceram,
determinados em tal aleivosia...
tinham na alma a esperança de voltar? ... não,
só alguns diziam ter mais fé...
mas ficaram encurralados nesta vida,
sofrendo uma dor sem volta... sem maré...
Rasgados... não sei se lutaram livremente...
mas um dia, alguém ludibriou
dizendo obrigatório defender,
aquilo que afinal nunca se herdou...
longe de casa , sem paz e sem destino,
de armas na mão, chorando em desespero,
foram milhares ... talvez milhões os que ficaram,
de corpo aberto em trilho tão austero...
Importa o espaço ou a guerrilha ?
Angola... Guiné ou Moçambique ?
se a guerra que inventaram era filha
da ignomínia da ambição e do terror...
mostrando a todos por fim, o excretor
da morte anunciada dum regime,
que negando pela vida mais amor
desenvolve arrogante, o medo que os oprime...
Todos viajaram... alguns estão mutilados...
e embora a dor, de mesmo assim querer voltar,
são apontados com famélica lembrança,
como soldados dum regime a ignorar...
Pelo amor de Deus ...rendam-lhes na memória um louvor,
amando o esforço heróico de existir,
porque a bota ditadora que esmagava,
tudo tornava mais difícil ... era impossível decidir...
Os que voltaram estão gritando de emoção,
desesperam ,não sabem prosseguir,
embalam fantasmas rasgando o coração
e ainda os empurram sem dor e sem respeito...
se houver história fiel e de direito
e os admitir com verdade, como heróis sobre esta terra
veremos por bem que existe em Portugal
o respeito e a verdade que o país encerra...
Lasalete ... 1 de Julho de 2007... 11 horas