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Crónicas d'O Coração da Cidade

a instituição que o povo do Porto elegeu para si ...

Crónicas d'O Coração da Cidade

a instituição que o povo do Porto elegeu para si ...

falem sobre mim... mas falem ...

 

 

a pobreza é um parto dificil de conceber... 

 

 estive ontem num debate televisivo... vim sem nada ... não consegui perceber de que falamos e embora o tema fosse a pobreza ... considerei o debate muito pobre de conteúdo...

 

por muito que se debata, não se chegará a conclusão nenhuma, esta a ideia com que ficamos depois de ouvir falar da pobreza...

 

mas porquê ? ... porque, não interessa falar da pobreza ... assusta e não é correcto falar daquilo que ainda incomoda... e depois, também iam perguntar, porque é que, com tanta riqueza espalhada por aí, os pobres continuam aí e a riqueza passa de mãos em mãos , mas nunca passa pela mão dos pobres...

 

quando em pleno debate, eu disse que a pobreza é a maior riqueza do século... percebi que incomodei...

 

números, números, números ... apenas cálculos que não levam a lado nenhum...

 

percebi para tristeza minha que a súmula de toda a discussão não satisfez, de certeza absoluta a pobreza e nada de novo acrescentou a tão doloroso painel...

 

no plano das suposições passa inclusive a ideia de que tudo está bem e que os pobres sempre podem esperar, muito embora, não seja esta a opinião dos interlocutores , mas  percebi que ninguém tinha a certeza de coisa alguma...

 

embora alguns dissessem que vivem de perto com os pobres, o que me deu a ideia é que continuam muito distantes e na era do coitadinho...

 

em opinião que expressei, continuo a entender a pobreza como uma ausência de educação e continuo a achar, que, quer a igreja, quer os políticos, usam a igreja a seu modo: os primeiros para chegar ao céu, os segundos para chegar ao poder...

 

a problemática da pobreza cada vez mais, é um problema demasiado sério por isso mesmo complexo, porque muda a cada dia que passa...

 

hoje não são os pobrezinhos a pedir auxílio, mas os que outrora até troçavam dos pobrezinhos e hoje experimentam a pobreza na sua faceta mais dolorosa...

 

a falta de meios para serem novamente aceites pela sociedade em que viviam, torna a sua existência mais dolorosa, porque já não possuem os meios materiais que os tornava semelhantes, enquanto os pobres, sempre aceitam outros pobres, mesmos que por vezes até se apresentem miseráveis...

 

nas classes mais favorecidas, quem nada tem não pode ser aceite e se vier a ser reintegrado, sempre fica com o ferrete de que empobreceu e é apontado como tal...

 

o simples facto de perder poder económico, também é bastante doloroso... a naturalidade com que o pobre se aceita pobre, não acontece com os indivíduos que não  experienciaram a pobreza...

 

este plano de vida, pouco visível , continua oculto pela capa da vergonha e por vezes aparece já numa fase tardia, quando é mais complicado ajudar...

 

esgotados os recursos entre familiares e amigos, os novos rostos da pobreza se apresentam, tristes, acabrunhados e vencidos...

 

com bastante dificuldade para recomeçar, sentem o poder como uma ameaça e a sociedade como o executor final da sua desgraça, mesmo que tenham sido levados ao patamar da pobreza, pelo consumismo exacerbado ou pela desestruturação familiar ou empresarial...

 

o empobrecimento actual, que tem seu caminho traçado na via do endividamento, tem arrastado para a loucura muitos indivíduos que quase nos fazem acreditar que vão mudar de vida, mas quando os tentamos ajudar, voltam ao mesmo relacionamento com o consumo e se não forem educados, logo voltam a empobrecer...

 

educar para consumir, é também educar para a cidadania...

 

mas em primeiro lugar deveria ser o governo o primeiro a receber lições nesse sentido, porque por um lado se diz preocupado com estes casos lastimosos, mas por outro lado quase que abençoa a publicidade que incita ao consumo, para e em todas as idades de forma descarada e brutal...

 

é urgente crescer nivelando o consumo pelo necessário e criando fontes de riqueza, que não aquelas que conhecemos, no domínio das situações perecíveis ...

 

quando o ser humano for mais inteligente, não vai querer perder tempo com situações caducas mas, dará  respostas à vida de forma perene, exigindo de si e dos outros, mais capacidade de elevação moral e espiritual, concorrendo com os demais para um futuro mais promissor...

 

a pobreza espera com angústia, que o homem consciente desperte para derrubar o estado de inconsciência em que transita ...

 

 

 

 

lasalete

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criando para o efeito

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