meu presente de Natal... (poema)
nada tenho para dar... mas quando desfolho a alma, solto poemas de mim, que envolvo com carinho e ofereço... este é o meu presente de Boas Festas a todos os que se afadigaram para construir Natal no Coração da Cidade...
MEU POEMA DE NATAL ...Soltei o meu Natal por entre os dedosabri as minhas mãos, soltei apenasas lembranças que recolhi como açucenasno jardim das amarguras que enfrentei...Soltei o meu Natal do coraçãoe vi que tal qual como a emoçãoo meu Natal esvoaçava docemente...notei que se enroscava feito gentena procura de um abraço que não tinha...Meu Natal se vestiu como convinhae foi estar presente em muitos laresmediu pela memória os seus pesaresque ao longo de todo o ano se moldarame na memória do meu ser assim ficaram....lembrei-me de ti...de ti...de ti...como doeram as lágrimas que eu vicomo doeram as solidões que confericomo doeram meu Deus as desventuras...como doeram as muitas amargurasas revoltas das almas que doridasse queriam vingar por estarem feridas...
Meu Deus...que grito mais sofrido...é de uma mãe que perde o filho querido...ali, mais adiante um pai que chora...a droga, um vício tão horrendoque levou seu filho vida fora...que doloroso sofrimento porque passa...não quer viver mais...sua vida não tem graça...lembro-me do seu olhar...do meu abraço...lembro-me de dizer:-meu Deus o que é que eu faço?...e de ouvir uma voz a sussurrar...TRANSMITE-LHE ESPERANÇAQUE A SUA DOR TEM A MÃO DE DEUSQUE TUDO ALCANÇA...Minhas memórias de Natal são um poema,que trazem até mim os olhos quase luzdas crianças, dos jovens quase nusde conhecimento de fé e de atenção.Lembro-me dum jovem sem razãoque em desespero rejeitava sua mãe...perplexa...falei como convéme não tive resposta ao que dizia...ele, o jovem pensava que sabiade tudo o que a vida ainda não mostrou...mas, somente porque a mãe o abandonouqueria vingança e dela desdenhava...e a mãe com vergonha e com ternurasegredava...tão triste, tão jovem, insegura...- eu hoje sou diferente...e chora de emoção...Minhas memórias são poemas de carinho,dos olhos cheios de água e de saudadede quem partiu deixando a cidadeem busca de trabalho...de outra vida...imigrantes que partiram sem certezamas apenas na esperança quase gastade pôr pão com fartura em sua mesa...mulheres que têm em alto mar o seu amor,filhos que choram os pais que já partirampara paragens que os olhos não cobriramtão longe estão...tão longe estãoMeu Natal escorre entre os meus dedose leva de todos nós, nossos segredosnossas saudades e nosso padecer...e sobre a mesa sobrando desejosasficam as flores, as lindas rosasque abraçam quem aqui nos está a ver...os pais, os irmãos, os amigos, os amores,são para eles o amor destas flores,pois nossos braços não os podem enlaçar...assim, perfumando o ambientenossos anjos de paz luminescenteem nosso nome os ficam a abraçar...Meu poema de Natal é melodiade um ano intenso de paz transcendentalé caridade que salta à luz do dianos braços de Isabel de Portugal...Lasalete22 de Dezembro de 2007