a avenida era toda nossa...
teve início na Rua Antero de Quental e de forma heróica lá chegou à Avenida dos Aliados...
mas, o caricato da situação é que durante todo o dia, devido à grandeza do desfile, comunicamos para todos os orgãos competentes e nada de efectivos policiais que acompanhassem mais de duzentas pessoas que iriam desfilar...
depois de serem requeridas as licenças respectivas, a única preocupação era de que não poderíamos desfilar porque a Avenida dos Aliados estava sem trânsito, daí que, levarmos o carro de som estava fora de hipotese e nem seria possível permitir, que a camioneta que transportava a banda e que iria esperar por nós na Avenida, ali estivesse ,porque à hora que iriamos desfilar o transito não poderia acontecer no mesmo local ( 20,30 koras)...
chegamos por fim à Avenida ... apesar da chuva que orvalhava quem passava , nós continuamos ...
paramos como combinado ao lado da Câmada do Porto, onde a banda nos esperava para podermos dar início à segunda parte do desfile... mas, para espanto de toda a gente, quando estavamos na Avenida, em plena noite de S. João, o trânsito circulava normalmente o que aconteceu durante as duas horas em que demorou o desfile...
sempre avisamos que iriamos ocupar grande parte do espaço ... o desfile do Coração da Cidade ocupava para gaudio de quem viu o desfile, complectamente a Avenida ... mais de meio kilometro de desfile...
lamentavelmente a comunicação social não registou o facto, pelo menos o esforço de centenas de pessoas que se esforçaram por emprestar côr à noite de S. João...
mas o que mais doeu nesta cidade abafada e tumulária, foi encontrarmos a Câmara do Porto, complectamente às escuras... cheia de transito e dois palcos montados cada qual a tocar a sua música... quando entramos na Avenida os agentes municipais apesar de terem sido avisados, não viram com bons olhos que o Coração da Cidade ali descesse e apesar de verificarem que a banda ia tocar para o desfile , o elemento do palco em frente da Câmara se esforçou por berrar o mais possivel tentando de algum modo destruir o que de bom e real ali estava a acontecer...
naquele túmulo enorme atapetado de cimento e quase nu de vegetação era visivel a revolta de quem ali já se aglomerava para nos ver passar e lamentavam que um desfile daquela natureza não merecesse de quem manda algum respeito...
todas as freguesias representadas vestiam de forma diferente assim como os consehlos representados que vestiam a rigor e à época de 1900...
os arcos de desfile em número de 23 eram isoladamente e informação social de freguesia a freguesia...
os adereços na mão dos elementos femeninos do desfile eram tão bem feitos que a pololação pensava que o que levevamos na mão era de verdade...
ao laçar o olhar foi deveras surpreendente verificar que na totalidade o desfile envolvia complectamente a Avenida...
depois lá subimos para o nosso local de respeito a nossa instituição... e aí pelas ruas por onde passamos levando connosco a banda fomos deixando ao passar a alegria de outros tempos...
abriam-se as janelas e as varandas cheias de gwente, saudavam o nosso esforço...
as vendedeiras dispersas vinham até meio da pista para nos saudarem aplaudindo o colorido que estavamos a deixar por onde passavamos...
sem efectivos da polícia, fomos encontrá-los mais tarde
em plena instituição ...
a polícia que não nos podia acompanhar, teve tempo para se deslocar à rua Antero de Quental, para multar os carros que estavam a impedir a rua , para saber que ruído se estava a fazer, porque é que estavamos a circular e tudo isto depois de nos garantirem que não tinham efectivos para se deslocarem connosco...
com licenças de ruído, licenças de ocupação da via pública , pedidas na Câmara com mais de 30 dias de antecedência, só as conseguimos, porque estivemos um dia complecto para as consegirmos, no dia 22 de Junho um voluntário passou um dia inteiro para arrancar as liçenças, que imaginesse até estavam numa secretária da secção que nada sabia a respeito...
sem ninguém para nos ajudar, ao pedirmos que o fizessem recebemos a resposta, que não foi isolada, de :-( ficam por vossa conta e risco, cortem a rua com as viaturas...) foi o que fizemos, mas afinal não podíamos fazer...
o S. João do Porto, tem que ser reabilitado e teremos que emprestar à Avenida dos Aliados, a sala de visitas da nossa cidade, o brilho de outros tempos, mas se o amor pelo Porto não acontece, demitam-se e deixem governar quem efectivemente sabe fazê-lo e pelo menos ilumonem a Câmara na noite de S. João...
nem todos têm a possibilidade de gozarem o S. João num barco ao longo do rio...
o Coração da Cidade levou à Anenida a mensagem de que apesar das dificuldades da vida não pensem em desistir...
como directora e mentora deste projecto eu só peço... não deixem morrer o S. João...
lasalete