não me roubem o meu sonho...
entre tudo o que Deus me deu, saber ler e escrever, foi na realidade a maior riqueza com que me presenteou...
todos os dias a vida me cumula de bençãos e me ajuda a prosseguir nos meus ideias...
na obra que desenvolvi ao longo de 13 anos e na sequência de todos os seus passos fui descobrindo algo que me ajuda a saber quando estou certa e quando estou errada...
meu anjo sempre me ensina que quando tiver alguma dificuldade, é porque estou perante algo que vou realizar que vai valer apena...
apesar de ter a certeza da minha missão sobre a Terra, eu sou um ser humano, erro como todos os seres humanos e também me canso como toda a gente... e, nas minhas meditações amplio o meu pensamento e demoro-me mais um pouco em determinados espaços do meu percurso...
hoje dei comigo a pensar que:
vou sair desta vida sem conhecer a fundo a vida...
fui dando conta de que a maior ciência, a mais difícil de aprender , a mais difícil de adentrar é o coração humano... mesmo assim...
visto-me de um enorme desejo... ensinar a amar profundamente... viver para além das estrelas... não convencer ninguém, mas conseguir sensibilizar para o amor toda a gente...
é fantasia?... talvez, mas não me impeçam de viver o meu sonho...
dói tanto quando me fazem chorar... só aí eu descubro como estou apaixonada pela vida...
tenho experimentado dores profundas e de cada vez descubro que as dores da alma são bem mais difíceis que as dores do corpo...
é no labirinto da minha Fé, ainda em botão, que eu me deleito e me convenço que vou prosseguir, inventando caminhos próprios e imaginando a cada dia um mundo bonito, belo e bom, onde todos os meus amigos são anjos e que gostam muito de mim ensinando-me coisas novas...
este é o mundo onde eu quero viver, este é o mundo que eu desejo construir...
por este ideal eu luto, eu trabalho , por este ideal morreria se preciso fosse...
acusam-me de utopia, mas se não fosse ao meu sonho de amor, onde iria eu buscar a força, perante o egoísmo que o mundo comporta...
dou por mim olhando o mundo em meu redor, onde todos fazem o que muito bem entendem, onde todos são capazes de se desligarem do mundo e ficarem apenas no seu pequenino e confortável mundo...
olho em redor e percebo que estou sempre ligada ao mesmo ponto de apoio...
ao meu ideal...ao meu sonho...
às vezes ficou com saudade de não ter responsabilidade, de voltar ao mundo que eu já conheci, quando eu tinha família e como todas as mulheres fazia o meu almoço e o meu jantar, vestia um vestido diferente a cada dia, organizava os fins de semana e as minhas festas de aniversário, fazia só as minhas contas, vivia apenas os meus momentos, estava de costas voltadas para as dores do mundo, estava dentro da minha gaiola, vivia para a minha casa, para aqueles que eram do meu sangue, aliás como faz a maioria ...
quase que dou razão aqueles que dizem ( deixei de ter vida própria)...
às vezes apercebo-me que deixei de ter gente no meu pedaço de Céu...
sinto-me tão só...
quando à noite regresso a casa, desejo ser como as árvores que parecem gigantes tomando conta da estrada...
falo com a Lua e peço ajuda... trago atrás de mim, os rostos esculpidos da pobreza que insistem em dormir perto de mim... transporto comigo o cheiro da dor...
só mesmo Deus conhece o drama do mundo...
como me sinto pequena... tão pequena que ainda não consigo deixar de chorar...
neste momento peço a Deus, que me acorde e aconteça um milagre... e desperta, eu verifique que as dores que envolvem o mundo faziam apenas e só, parte de um pesadelo...
neste momento peço a Deus que me acorde no seio de um mundo de amor...
lasalete...