Criar por criar.....criem emprego.
antes que Portugal de afunde...
este texto foi escrito em Janeiro de 2006, não perdeu a actualidade...
Sem pretensões de maior, o Coração da Cidade, prende-se como alguns dizem ao imediatismo das situações, mas com tal realismo, que antecipadamente, conseguimos ver com espaço de alguns anos, que a crise ,que sorrateiramente se está a instalar no nosso país é de tal forma angustiante que só não a vê quem não quer.
Embora assaltado por disparidades económicas, postas , expostas e impostas como medida de franco e urgente racionamento, o cidadão comum está a habituar-se que instabilidade, é de alguma forma a maneira mais que actual de estar na vida.
O chão que agora pisamos, tem sido tão absurdamente esburacado, que neste momento, sem que o queiramos, somos forçados a assistir a um desmoronamento das capacidades de resistência, que caracterizava, quem como eu se habituou a esperar anos a fio, sempre na esperança de que, para nós se agitasse a bandeira da liberdade e em tons de democracia garantisse a Portugal uma tal portugalidade, que sem darmos por isso e enquanto alguns se deliciavam em algaraviadas viagens, outros se apercebiam, que após um delicioso fim de semana ao jeito de thriller bem conseguido, se regressa a casa amedrontado pelo fantasma do desemprego e da miséria.
A tal velocidade corre a lei, que o que não é lei passa a ser lei de um momento parar o outro, levando a maioria dos portugueses a pensar que afinal a república das bananas existe...
Pasme-se o facto, de que ninguém conseguiu chegar a uma conclusão muito simples - todo aquele que fica desempregado, embora o bom senso mande abdicar de alguns luxos, o que efectivamente se faz em tempo de crise, não pode deixar de lado a necessidade mais básica que é a alimentação.
Se outras necessidades, também elas essenciais, como a saúde e a higiene, a habitação e a educação, são afectadas e estão garantidas pela nossa constituição e são garantes universais dos direitos humanos, não são respeitadas, então paremos e vejamos o seguinte....se aquilo que instintivamente garantimos aos animais, garantimos aos seres humanos, que estão a pagar a factura do autoritarismo e de autodidactomia, que neste momento, faz moléstia no nosso vérmico país, que não estava preparado para tão rápida infecção.
Salve-se quem puder, isolem-se uns e outros, mas pelo menos ajudem os que foram apanhados desprevenidos e que, pasme- se, ainda acreditavam que tudo isto ia mudar para melhor.
Por favor quando discutirem números não misturem seres humanos, a matemática do coração ainda faz equações de sentimentos.
O trabalho é um dever, mas também é um direito.
O gueto do desemprego é um crematório inconsciente....Portugal está ardendo por dentro.
lasalete