O Coração da Cidade, vai caminhando no tempo, com um objectivo único: o de dignificar os estados de pobreza, sejam eles, materiais ou morais …
Para que pudéssemos avançar em 2016 com a certeza de que estamos a fazer o melhor que podemos e devemos, o ano social que se inicia a 1 de Setembro como habitualmente , introduz alterações que são de grande benefício a quem está inscrito nos nossos programas sociais…
Apoiar as famílias que se encontram momentaneamente com dificuldades, é para nós fundamental, mas sempre exigimos que quem pede ajuda , também ajude com a sua colaboração…
A partir deste ano e com o novo programa 3B – o Bem o Bom e o Belo, todo o cidadão que receber ajuda no Coração da Cidade tem que colaborar com a comunidade… este programa visa:
CONSTRUIR CONSCIÊNCIAS E ANULAR DEPENDÊNCIAS…
A inércia e o ócio não fazem parte da nossa formação social…
Por isso mesmo precisamos da ajuda de todos os interessados num mundo melhor…a dignificação da pobreza passa por ajudar a viver com interesse pela vida de forma educada ( BEM) , saudável ( BOM) e inteligente que é o ( BELO)…
Creio que foi muito rápido… de repente dei comigo a recolher algumas moedas que caíam junto de mim…
Eu apenas me tinha sentado no chão desiludido…estiquei as costas e pensando que eu estava a pedir esmola, deixaram que as moedas tilintassem para eu as apanhar… e durante todo o dia foi assim, até que me habituei e fiz daquele lugar o meu espaço permanente…
Mas o meu olhar jamais se levantou…
A que situação havia chegado um homem que sempre trabalhou…
nunca faltei, nunca fui indolente, nem malcriado para com ninguém…
Fui sempre um trabalhador aprumado e agora dispensado…desempregado …
Caminhei por todos os subsídios…até que me vi sem nada …sem direito a mais nada, fiquei esperando a reforma, que tardará em chegar…
Reparei com o tempo que mais homens como eu viviam estendendo a mão…
eu lamentava mas nunca me imaginei a fazer o mesmo…
E agora ali estava eu.. eu e o meu pedaço de chão, como se ele fosse propriedade minha…
Nunca levantei os olhos do chão…
ao mesmo nível do meu olhar, passavam as pessoas que iam e vinham, denunciando mais ou menos pressa…
Apenas as crianças olhavam para mim e estendiam na minha mão a moeda que os pais lhes entregavam…
Lembrei muitas vezes dos meus irmão pequenos e franzinos…
Naquele pedaço de chão, lembrei a minha mãe com saudade e o cuidado que ela teve sempre comigo por ser o mais franzino de oito irmãos…
A meio do dia , já não precisava de estar ali, ganhava para uma sopita e uma sande de manteiga ou de queijo e assim me deitava, no quarto que já consegui apagar, porque a casa de aluguer já há muito tempo que a tinha deixado…
A minha Teresa não ia gostar de me ver assim, ainda bem que Deus a levou primeiro…
Agora só resto eu, mas inda sou novo… que faço eu neste estado de miséria…
Dizem que é da crise. Então depois de tanto trabalhar, só me resta um pedaço de chão ?...
Mas há uns dias fiquei aflito… sentei-me como de costume e percebi que no mesmo lugar estava uma mulher com duas crianças… as moedas caíam como de costume e eu ia para as apanhar, mas não conseguia…
a mulher guardava as moedas e eu continuei ali na esperança de que ela vagasse o lugar…
Não estava entendendo nada…mas ouvi alguém a perguntar … então o senhor Paulo não está qui…que lhe aconteceu?...
Paulo…Paulo… era comigo, é o meu nome…apeteceu-me gritar…sou eu estou aqui.. mas não consegui que me escutassem porque me esforcei para falar e não saía som da minha voz…que estranho…
Sempre gostei do meu nome Paulo Lima…quando me chamavam para receber, era assim que eu ouvia o meu nome …Paulo Lima…e lá ia eu buscar um envelope de notas que me enchiam os olhos e o bolso…
Voltei a olhar para a mulher que ocupava o meu pedaço de chão…
Mas a mulher apressada, disse:- coitado já morreu vai para um mês… estava com os pulmões afectados…
Dum salto levantei-me e dei por mim mais leve e mais alto que o chão…
Alguém muito perto de mim me segurou… era a Teresa…
Segurou o meu braço e disse: - vem , já não precisas de estar aqui…
Mas este era o meu lugar………. vem , disse ela… este já não é o teu lugar…
Despertei incrédulo, como se estivesse a sonhar… triste, mas ao mesmo tempo feliz…
Ela disse-me:- tu morreste, não te recordas?...
olhei para trás e fiquei com saudade, mas ao mesmo tempo triste e pensativo…
afinal depois de tanto lutar e trabalhar, apenas fiquei com o meu pedaço de chão…
Lasalete …9 h... 6-4-2015
psic.( Paulo Lima)( crónicas do outro lado da vida)
todos os peditórios alimentares, são naturalmente aceites, mas como se particularizam por grupos específicos e quase sempre de forma extraordinária, não têm a capacidade de atingir todas as pessoas , que de força ordinária têm que se abastecer todos os dias…
a falta de compreensão para o processo, instrumentalizou a sociedade de tal forma, que as pessoas se reservam para partilhar com os que mais necessitam nas datas preconcebidas…
esperar que um ser humano necessite de nós numa situação extrema é desumanizante…
as mentes mais abertas e que se dizem sempre actuais, têm obrigatoriamente que mudar este conceito de partilha…
ao ser humano, ainda não é possível a caridade que tanto se apregoa…
porque, de forma mais ou menos declarada, aparece a rotulagem ou a suspeita de que, quem está a pedir talvez não precise…
todavia, pela experiência recolhida, verificamos que sempre aparecem, ainda que numa percentagem mínima, as pessoas que se juntam a quem nada tem, para obterem o que não lhes é devido…
mas a experiência vai ajudando, a que mais ou menos e com alguma perspicácia, possamos detectar esses seres que ainda não evoluíram e aparecem para confundir quem auxilia…
mas, arrumando as ideias e não criando obstáculos, a forma mais concreta de ajudar, é estimular o grupo e aparecer como ajuda substancial e de forma organizada, para que não possa perigar a campanha alimentar de continuidade que permita uma ajuda mais directa, por isso mesmo mais eficaz…
quando estamos em contacto com grupos organizados, podemos estabelecer metas mais concretas…
assim, este programa de apoio social, não se dirige a pessoas sem preparo algum… “simples pedintes como costumam dizer e que só querem comer “… longe disso…
este programa, vai atingir pessoas com capacidade de raciocínio acima da média, podemos entre os que vão receber ajuda, encontrar muitas pessoas com experiência laboral e também dispostas a ajudar…
o grande problema, passa sempre pela tenacidade de quem está responsabilizado pelo processo, que ao menor percalço deixa cair os braços…
os responsáveis de grupo, têm que ser muito humanos, corajosos, destemidos e perseverantes…
estes responsáveis, são soldados da paz… da esperança…
porque a fome meus amigos, é uma guerra declarada pelo poder económico…
a fome é a arma do poderoso…
a miséria é o pantanal onde ele gravita e semeia a sua desumanidade…
a partilha, ainda não é cristalinamente entendida pela humanidade…
neste momento, é pois necessário , repensar a forma de aproximação a este processo aglutinador, para que possamos abrir portas ao futuro, que não nos parece estar para facilidades…
construir um espaço de relação com a partilha organizada, estabelecer bases para uma pirâmide solidária com caracter de continuidade, define acima de tudo a consciência plena de que estamos a caminhar com, e pelos nossos filhos e para os filhos dos nossos filhos…
quem sabe e pode, deve efectivamente educar para a partilha de forma organizada, os que podem e não sabem e os que não sabem e podem…
os actos esporádicos de solidariedade, apenas permitem que a necessidade se instale de forma efectiva e todos temos assistido a uma eternização da pobreza, que neste momento não se justifica, tal a qualidade de meios e de métodos que a sociedade tem ao seu alcance…
a arrogância escolástica das vertentes religiosas, instrumentalizou as grupos religiosos, levando-os a aceitar que a caridade pode ser o céu tão desejado…
por isso mesmo, a ajuda humanitária não visa essencialmente o outro, o próximo, mas acima de tudo se verticaliza por interesses de caracter pessoal, religioso ou emocional, repartindo com a divindade os pareceres de tal acto… este acto se denomina de egoísmo endémico…
a humanidade tem que ser auxiliada em todos os aspectos e não pode estar à mercê de pagadores de promessas, mas de gente com capacidade organizativa sem pressões politicas ou religiosas…
a sustentabilidade do processo é apenas de caracter humano e assim deve permanecer…
este programa de apoio, vai direccionar as mentes mais jovens para extractos de pensamento organizado e mais concreto, pois serão os jovens os mais atingidos no futuro…
vamos então, de mãos dadas e de mente mais aberta, prosseguir com esta tarefa, , que estou certa ajudará muitas famílias com carências bem fáceis de resolver a viverem mais felizes, porque a nossa ajuda, vai acima de tudo, ressuscitar a esperança…
por isso amigos, lembremos sempre esta máxima :
mais importante que verbalizar doutrinas é humanizar atitudes…
por tudo isto …abraça sem perguntares se tem braços …
a cruz de quem trabalha... e encontra pela frente a dor do desemprego... a procura constante... as portas fechadas
a sensação de derrota...
a rotulagem dos amigos e dos familiares ... o olhar dos vizinhos ... o dia a dia sem resposta...
o medo de que este estado se prolongue e até pareça verdade...
eu afinal sou umdesempregado... mas ainda sou novo ... tenho só 42 anos... ainda sou novo para me reformar... mas dizem que já sou velho para me tomarem ao serviço... que hei-de fazer... o subsídio de desemprego está a terminar e não encontro solução...
tenho medo de um dia ter que mendigar ...
será que as pessoas sem abrigo começaram assim?
mas eu estudei... mas existem como eu outros que também estudaram e não encontram trabalho...
o que está a acontecer?
e se um dia eu fico sem casa?
nasci livre... não quero morrer escravo do medo de acordar com fome,
sem casa, sem remédio se estiver doente...
quero ser livre para sentir que liberdade é sinónimo de felicidade...
não quero ser indigente...
MAS AFINAL VOCÊ TEM FOME DE QUÊ? :
- TENHO FOME DE MIM ...
dos dias em que saía para trabalhar...
das tardes quando voltava de trabalhar... do banho que me tirava o cansaço ...
tenho fome da minha mesa com pão...
tenho fome dos meus filhos com sapatilhas novas...
tenho fome do cabelo da minha mulher solto e arranjado...
tenho fome de sentir no bolso uns trocados para tomar um café...
tenho fome da cerveja de Domingo...
tenho fome de comprar o jornal como todos os outros...
tenho fome de ter dinheiro no bolso para ajudar os amigos...
tenho fome de sorrir...
tenho fome de acreditar que Deus ainda vela por mim...
tenho fome de acreditar que ser Português vale a pena...
tenho ânsias de um Abril diferente ... um Abril sem fome...
segunda, terça, quarta e quinta feira, o nosso serviço de atendimento social, funciona das 10h às 18 h, para atender todos os seres humanos que precisam de ajuda...
se ainda não tem coragem de aparecer e quer informações ligue ... 910695697
O Coração da Cidade, abriu os braços voluntários e expandiu a sua ajuda, á zona do Vale do Sousa...
Na cidade de Paços de Ferreira , onde já laborava uma loja social, com a ajuda dos voluntários desta cidade, abrimos ou Outlet Social, para que fosse mais fácil implementar nessa localidade o apoio alimentar através do Programa VER - vidas em risco...
rápidamente mais de 70 famílias aderiram ao programa e surpreenderam pela positiva, pois que a necessidade maior de toda esta gente desempregada, era a possibilidade de se ocuparem...
são neste momento uma mais valia da instituição como suporte de voluntariado...
são operários da industria de mobiliário e da industria textil, que muito têm ensinado...
O Coração da Cidade continua assim a sua peregrinação por terras portuguesas, com a intenção de abrir uma mairo rede de lojas socias, para conseguir detectar novos focos de pobreza...
é dando que se recebe e assim vamos conseguindo motivar as populações mais desesperadas para quadros de maior esperança...
só peço a Deus que sempre nos abrace a forma insubstituivel de ajudar quem necessita de nós...
existe a pobreza que todos observamos, na rua, nos trajes, nos rostos, nas notícias...
enfim, pobreza…qual companheira inevitável que nos entra pelos olhos dentro...
hoje em dia, é mais difícil dizer quem é pobre e mais difícil ainda detectar quem está efectivamente a mentir e vem dizer que nada tem, tendo tudo...
de uma forma ou de outra, sempre aparecem uns quantos, que com algum tacto lá vamos detectando e assim avançamos no campo das emoções educativas...
neste novo ano social, que se iniciou no Coração da Cidade no dia 1 de Setembro, a pobreza tem um espaço privilegiado, dentro de um novo horário, com 10 horas de atendimento contínuo de apoio social emergente, e tem acima de tudo uma cordialidade por parte dos voluntários, que eu mesma tenho vigiado, para que possamos levar enfrente o nosso grande projecto de solidariedade...PORTA ABERTA…SOPA QUENTE…CARINHO PERMANENTE…
em menos de três dias, o número de utentes no refeitório subiu na razão dos 100 utentes...
estamos agora com cerca de 500 utentes para fazerem a sua refeição e alguns estão a fazer duas refeições… mas, o que nos surpreendeu também, foi o número assustador de caras novas que vêm pedir ajuda...
alterando substancialmente as salas, colocamos no primeiro andar a sala de apoio emergente e diagnose social, quer para as famílias carenciadas, quer para as pessoas sem abrigo… e durante todo o dia as escadas da instituição em direcção a esta sala, se oferecem aos passos vacilantes e temerosos de quem pela primeira vez vai pedir auxílio...
no mesmo espaço vai passar também a funcionar a nossa farmácia social…
num singular desafio, a vergonha cedeu á pressão das necessidades mais básicas…
rostos de olhos colados ao chão, se vão abrindo e erguendo o olhar, que termina por ganhar confiança, abrindo a sua história de vida, que vai sendo desfiada, como quem desdobra páginas de um livro proibido de ler...
com lágrimas á mistura e tremendo pelo inusitado da situação, homens e mulheres abrem o coração e entregam-no á novidade de ficar durante algum tempo, dependente de uma instituição...
mas, de forma mais sincera e humana possível, nós vamos desmistificando a situação e mostramos que não é bem assim… sempre se podem apoiar mais uma vez no seu trabalho, podem doar o seu tempo para ajudar os outros e têm á sua disposição apoios sociais no campo da alimentação, do vestuário e calçado e de bens para o lar, para quepossamseguir em frente, rumo a um futuro mais de acordo com a vida que em tempos lhes era propícia…
dadas as primeiras explicações, as expectativas mudam e os interesses também...
o importante é colocar um novo sorriso num rosto molhado pelo desespero...
todavia, um grave problema me preocupa…
com mais frequência, estamos a receber casais jovens, que foram obrigados a deixar o seu lar e estão como eles dizem ( por favor ), na casa de familiares que os acolheram, deixando em aberto que tudo é temporário...
estes casais, têm crianças a cargo, que se percebe serem tristes, que não estão alheias á situação, ao desmoronar do seu lar, da casa onde foram criados , do seu espaço… e que de repente, se vêm numa situação muito complicada, (terem que fazer a sua refeição numa instituição )...
nem todos os familiares estão para deixar tudo na mão dos que de repente lhes entram porta adentro... deixam que durmam, mas a grande maioria não partilha as refeições...
com todos os cortes na saúde, nas ajudas sociais, estes novos lares estão aí pela cidade do Porto e já vêm de longe para pedir ajuda...
a nossa grande preocupação é que neste momento tudo está desorganizado e as técnicas sociais não sabem como contornar a situação, tal a escassez de verbas...
a maior parte dos casais com crianças, ainda em idade escolar, enfrentam um outro problema, como vão adquirir material escolar? ... e os livros que são tão caros?...
é necessário ver até que ponto estamos a sangrar, quem já está agonizante...
este dilúvio social, só vai conhecer um dia a revolta, por muita esperança que nós tentamos transmitir, ainda não conseguimos estancar a raiva que percebemos na alma de tanta gente...
neste momento, nós, Coração da Cidade, estamos a fazer o mais que podemos...
pedimos por isso mesmo, que os que nos estão a ler, se registem como voluntários, que quem ler estas linhas não as ignore e se referencie como colaborador, angariando produtos de limpeza, de higiene pessoal, géneros alimentares e que ajudem da forma que puderem...
O Coração da Cidade está sempre ao dispor de toda a gente de boa vontade...
entrem em contacto connosco e venham ajudar a servir quem vem pedir ajuda...
nós estamos com 10 horas seguidas de distribuição e precisamos de mais braços…
quando largar o seu trabalho ás cinco ou ás seis horas da tarde ainda pode vir ajudar…
há muito trabalho para preparar para o dia seguinte…
não se prendam pelo vestir de alguns utentes apenas porque vêm limpos , apresentam-se bem asseados… as aparências iludem, os mais pobres na actualidade já não têm o aspecto do ( homem do saco)... são seres como toda a gente, que ainda há bem pouco tem tinham o seu emprego e faziam a sua vida de forma normal...
a maior parte nunca imaginou que um dia iria a uma instituição pedir um prato de sopa quente…
venham ajudar-nos, mobilizem o vosso potencial, façam-se amigos do Coração e ofereçam ajuda financeira...
O Coração da Cidade está a passar por um período de grandes mudanças... venha até nós...
num momento em que a comunicação é tão fácil, em que as novas tecnologias nunca deixam de nos surpreender tal a rapidez com que se manifestam... mas ainda ficamos surpresos quando percebemos que existem seres humanos em perfeita solidão...
a visibilidade que a comunicação social empresta ao crime e nomeadamente ao crime organizado, deveria ser mais bem utilizada se apoiasse de forma intensa e informativa as ajudas que estão ao alcance de quem necessita de apoio...
muita gente não come, porque não tem capacidade de se informar das situações que nos planos da boa vontade vão acontecendo um pouco por toda a parte...
quando O Coração da Cidade em 2006, criou o ProgramaVER - vidas em risco, foi a pensar nestas pessoas que não têm tido coragem para se orientarem no mundo das instituições...
é por elas que O Coração da Cidade alerta, para que não fiquem em casa, venham até nós e não tem que receber esmola... trabalham com os voluntários e têm acesso ao mercado social para que aí possam fazer as suas compras...
neste momento já estão a começar a aparecer casais com mais dificuldade, pois estão os dois sem emprego...
as medidas governamentais têm que ser céleres e devem ser aplicadas junto das instituições que estão no terreno das necessidades e já vão conhecendo as pessoas…
os meios que temos ao nosso alcance não nasceram ontem...
é necessário saber como privar com quem tem necessidade de ajuda...
é necessário fazer com estas pessoas continuem autónomas e não passem a receber os sacos de alimentação, mas continuem no seu habitual despertar para sair de casa, trabalhem ainda que sejam poucas horas, façam as suas compras e não de desabituem de o fazer, para que não esbarrem de vez com a depressão...
temos que ajudar o nosso país sem pão, para que não perca a auto-estima…
estamos a entender como se portam as pessoas quando são estranguladas durante muito tempo… um dia a tampo salta…
é necessário agir com prudência e travar a sofreguidão daqueles que deliram fazer caridadezinha...
ajudar é muito difícil... ajudar é como amar... é uma arte...
este ano devido á crise política, habilmente instalada e superiormente programada, os discursos foram oferecidos ao país de forma uniforme , porque não era de esperar que perante o cenário nacional fosse de outro jeito...
cada um dos intervenientes se fazia acompanhar, para a fotografia das respectivas damas, aliás como é de bom tom em situações de estado e conforme manda o figurino, não fizeram figuras tristes...
mas, olhando bem, de repente coloquei o meu pensamento numa situação um pouco mais humorada e dizia para os meus botões... é natural que compareçam todos, pois é exactamente assim que os familiares e amigos se reúnem para o funeral de alguém...
percebendo que a democracia está de luto, pois que não foi alimentada e muito menos amada, era de prever que o funeral mais dia menos dia acontecesse... mas afinal, será que a democracia morreu mesmo...
não claro que não, pois que ainda há mais de 9 milhões de portugueses que mesmo sem discurso ainda estão aqui para ver como param as modas...
se bem que desses todos só apenas uma pequena fatia, em abono da verdade se interessa fielmente por este país moribundo e fica atónito por ver um cadáver politico a despedaçar o pouco que resta deste Portugal á beira mar plantado...
para onde foi então a boa intenção de amar e amparar o país que ainda só conhece a democracia há 37 anos ?...
é de lamentar que os portugueses não tenham sido informados que a democracia é um movimento constante, sempre em construção , porque seria ridículo que ela mesma não se adaptasse aos tempos mas sem desvirtuar o sentido, até porque é a democracia que garante os direitos e confirma os deveres de quem quer evoluir...
a nossa pouca sorte, foi de termos á frente do país gente de cabeça política e de coração partidário que não estiveram nem um pouco preocupados em fazer crescer o país, conduzindo a população a um bem estar emocional e organizacional como devia ser, em liberdade...
pelo contrário acorrentaram o país ( o povo) a plataformas de gestão impressionantemente despropositadas e que não podem ser o garante de prosperidade para ninguém...
a preocupação foi de aparecer na fotografia como políticos de primeira apanha e com caracterização partidária, mandaram em abono da verdade ( lixar o país)...
subsidiaram toda a gente e não garantiram a ninguém o ensino do prazer de trabalhar, de produzir, de enriquecer o país...
assim temos neste momento, uma grande percentagem de pseudo intelectuais, outra percentagem de políticos falhados, outra percentagem de velhinhos sem apoio e cansados de viver, um número incontável de jovens à rasca e sem capacidade de prosperar, um grupo sem conta de gente sem recursos e subsidiados por tudo e por mais alguma coisa e por fim crianças em número elevadíssimo a olhar esta procissão de interesses e de desinteressados a serem sustentados por uns poucos que se levantam cedo e deitam tarde, trabalhando todo o dia, fazendo intervalo para contar os cêntimos que restam para poderem sobreviver...
se isto era a liberdade, deveriam avisar, mas como eu sei que isto não é democracia nem liberdade, por favor, deixem o governo do país, na mão de gente honesta, que saiba dialogar, que não critique nem atrapalhe se não tem soluções, que saiba usar uma palavra que não se ouve em discurso nenhum ( trabalho)... a palavra esquecida, para que possamos de uma vez por todas perceber que o país e o mundo só avançam se todos trabalharmos...
diziam os presidentes de todos os tempos e o actual, que devíamos estar unidos… claro que estamos unidos , para gastar, para confundir, mas não para trabalhar no interesse colectivo... são poucos os que pensam assim, são inúmeros os que pensam apenas no seu bolso e não se preocupam com o bem estar de quem sofre...
que Deus nos ajude e rápido, porque senão, quando pararmos para entender o que somos, vamos perceber que o governo dos Filipes afinal ainda pode acontecer e depois quero ver onde haverá um D. João que nos ajuda...
já não há homens nem mulheres como antigamente...
necessitamos de quem venha para nos ajudar, porque desta vez, do jeito que as coisas estão, quando vierem ao Porto, nem tripas há para alimentar o povo...
quando acordarmos, no Natal vemos os mais espertos a oferecerem o Algarve, o Alentejo, a Beira interior e o Litoral ás fatias como pagamento das ajudas que a TROYCA vai inventar…
estamos a ser inventariados e depois vamos ser fatiados e oferecidos a quem der mais…
e tudo isto, porque a democracia é uma senhora mal amada, traída e desamparada, explorada e esquecida...
Diante do problema sempre crescente das necessidades mais primárias, decorrentes da pobreza actual e do desemprego que alastra no nosso país, O Coração da Cidade, como sempre, não fica indiferente...
Habituados a situações de climas sociais bem difíceis, estamos sempre a calcular a forma mais rápida de ajudar quem necessita de apoio...
Neste momento estamos preparados para enfrentar o problema a vários níveis...
Para abraçarmos o problema com mais eficácia, abrimos em vários pontos do distrito do Porto, as lojas sociais, que vão possibilitar a detecção mais rápida de novos focos de pobreza, essencialmente aqueles casos de pessoas que ainda sentem alguma incapacidade emocional, para solicitarem auxílio, dado o constrangimento que a situação oferece...
Assim, a curto prazo, fora da cidade do Porto, estaremos em...
RIO TINTO
GONDOMAR
VALONGO
SANTO TIRSO
FAMALICÃO
GUIMARÃES
ERMESINDE
SENHORA DO HORA
VILA NOVA DE GAIA
Assim criamos o VOLUNTÁRIO GIF ... será um voluntário com formação específica, que em cada loja social, estará preparado para abordar quem necessita de auxílio , preparando de forma discreta o auxílio familiar e se necessário fazer o encaminhamento para os diferentes apoios sociais a que todos têm direito e aos quais podem recorrer quando devidamente direccionados...
GIF ... guia individual familiar ... é uma mais valia no nosso espaço de ajuda... acompanhará quem necessita de auxílio, fazendo o acompanhamento familiar para que a família em questão possa prosseguir o seu caminho, sem cair dramaticamente numa situação de empobrecimento irreversível...
com esta nova medida estamos também a estender o nosso apoio alimentar e para tanto todos os voluntários que possam ajudar serão bem-vindos... o certo é que nem todos podem ajudar na especialidade, mas como também temos que cobrir as retaguardas todos somos precisos...
venha trabalhar connosco e contribua para um mundo melhor...