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Crónicas d'O Coração da Cidade

a instituição que o povo do Porto elegeu para si ...

Crónicas d'O Coração da Cidade

a instituição que o povo do Porto elegeu para si ...

ajudar é como amar... é uma arte...

 

num momento em  que a comunicação é tão fácil, em que as novas tecnologias nunca deixam de nos surpreender  tal a rapidez com que se manifestam... mas ainda ficamos surpresos quando percebemos que existem seres humanos em perfeita solidão...

 

a visibilidade que a comunicação social empresta ao crime e nomeadamente ao crime organizado, deveria ser mais bem utilizada se apoiasse de forma intensa e informativa as ajudas que estão ao alcance de quem necessita de apoio...

 

muita gente não come, porque não tem capacidade de se informar das situações que nos planos da boa vontade vão acontecendo um pouco por toda a parte...

 

quando O Coração da Cidade em 2006, criou o Programa VER - vidas em risco,  foi a pensar nestas pessoas que não têm tido coragem para se orientarem no mundo das instituições...

 

é por elas que O Coração da Cidade alerta, para que não fiquem em casa, venham até nós e não tem que receber esmola... trabalham com os voluntários e têm acesso ao mercado social para que aí possam fazer as suas compras...

 

neste momento já estão a começar a aparecer casais com mais dificuldade, pois estão os dois sem emprego...

 

as medidas governamentais têm que ser céleres e devem ser aplicadas junto das instituições que estão no terreno das necessidades e já vão conhecendo as pessoas…

 

os meios que temos ao nosso alcance não nasceram ontem...

 

é necessário saber como privar com quem tem necessidade de ajuda...

 

é necessário fazer com estas pessoas continuem autónomas e não passem a receber os sacos de alimentação, mas continuem no seu habitual despertar para sair de casa, trabalhem ainda que sejam poucas horas, façam as suas compras e não de desabituem de o fazer, para que não esbarrem de vez com a depressão...

 

temos que ajudar o nosso país sem pão, para que não perca a auto-estima…

 

estamos a entender como se portam as pessoas quando são estranguladas durante muito tempo… um dia a tampo salta…

 

é necessário agir com prudência e travar a sofreguidão daqueles que deliram fazer caridadezinha...

 

ajudar é muito difícil... ajudar é como amar... é uma arte...

 

 

lasalete

 

meu querido S. João...

  

 

 

vai longe o tempo em que estava para chegar o S. João e já se afadigavam os grupos de jovens a combinar a noitada, para atirar pela noite fora a melhor noite do ano...

 

nos primeiros dias de Junho , já se podiam escutar os ecos da música dos bailaricos dispersos pela cidade ...

 

rapazes e raparigas subiam e desciam as Fontainhas em grupo organizado, com o cheiro de manjerico á mistura ...

o tilintar das louças de barro, o barulho do martelo na barraca da feira que subia medindo a força dos mais corajosos e a típica sardinha assada pingando no pão acompanhada de verde carrascão á vista de quem passava...

 

para os mais gulosos, as farturas e o pão do céu, com o doce da Teixeira que era um regalo, os caladinhos e os bolos de coco com pé de massa dura, faziam as delícias das crianças e dos mais velhos...

 

tudo igual ao de hoje... mas tudo diferente ...

 

as flores da Praça da Batalha,o cheiro a manjerico  e o ramo de cidreira que nos roubava o batom, a alfadega e a alface fresquinha, as flores e o alho porro não se podiam dispensar no S. João...

 

entretanto, chegou o martelinho de plástico ... tic .. tic .. tic ...

 

o alho porro envergonhado, retirou-se um pouco ...

e a cidade toda a noite ia e vinha ao som do fole do martelinho colorido...

 

eu ... embora não saibam tive a sorte de conhecer  o homem que introduziu o martelinho de plástrico no Porto para o S. João ...

criou outras formas de brinquedo para a festa...

mas, quem tira os cheiros á noite de S. João tira-lhe o encanto...

 

 

 

o fogo de artifício rematava o brilho da noite e ano após ano a cidade enchia de gente que atolava a ponte para ver a cidade invadida de luz caída do céu...

 

a noite era de folia...   

depois de corrermos meia cidade, era da praxe parar nas padarias que pela madrugada já faziam o pão do dia seguinte...

comprar a regueifa quentinha e chegando a casa era só beber o café a ferver com a manteiga a pingar na regueifa que sabia pela vida ... ai !... como sabia...

 

na manhã do dia de S. João enquanto meia cidade dormia, o cabrito começava a entrar no forno com a batatinha e o molho de cheiros...

os grelos salteados, o arroz de forno com os miúdos do mesmo, chegavam mais espertos que os olhos de quem estava sentado...

a canja de galinha e o doce de laranja vinham para juntar-se ao cansaço que já nem nos permitia comer...

 

enquanto em casa se preparavam todos os petiscos, os que estavam desocupados e ainda tinham força, visitavam as barracas da louça e com cuidado iam regateando, o preço, porque nesse momento estavam aptos a baixar o preço de uns tantos utensílios de barro ...

há que carregar  as assadeiras porque elas fazem falta  todo o ano...

 

meu querido Porto ... que saudade desses tempos... que magia ...

 

a noite mais longa do ano... fica na alma da gente do Porto ...

 

ninguém chama ninguém e todos se aproximam, porque a noite convida a dançar ...

 

soltam-se os corpos ... elevam-se as almas... a alegria anda no ar ... a rua é de toda a gente ... mas nessa noite ninguém para para pensar que a festa é feita em casa dos sem abrigo ... a rua ...

 

nessa noite mágica eles não dormem para que nós possamos reinar ...

 

depois, na calçada, ficam os sonhos da maior noite do ano,    os beijos que só o luar testemunhou e as orvalhadas que  sempre abençoam o cansaço de quem veio á festa mais bela do ano...

 

cansados mas felizes ... assim de deitam aqueles que sabem aproveitar a noite de S. João...

 

lasalete ...

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desde a inauguração desta casa que os voluntários têm sido um marco de coragem e abnegação




saiba porquê.....


O Coração da Cidade é:

é um espaço de solidariedade universal

com preocupações constantes de actualização

ao serviço permanente da comunidade onde está inserido

de conforto e amparo, servido apenas por voluntariado

onde todos os serviços prestados são e serão sempre gratuitos

promotor do voluntariado e intercâmbio associativo

O Coração da Cidade,

já estendeu a sua acção

a outros espaços do distrito do Porto

criando para o efeito

uma cadeia de Lojas Sociais ,

que lhe permitam

uma maior sensibilização

para o vuntariado

e ao mesmo tempo

detectar

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venha até ao Coração da Cidade

faça-se voluntário

e ajude a servir,

os que mais necessitam de auxílio



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