solidão... ai solidão...
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dia do voluntariado, são todos os dias...
hoje , aqui, quero dar os parabéns a todos os voluntários que em qualquer parte do mundo se têm esforçado, para que nos momentos mais difíceis da vida, quer dos animais , quer dos homens, o carinho e o aconchego cheguem sem medida...
quero aqui e muito particularmente abraçar a equipa de voluntários d?d?O Coração da Cidade que de frente para a vida, têm mostrado corajosamente que a última situação seria desistir...
voluntários que mesmo sem recursos estão sempre presentes incondicionalmente...
homens e mulheres de todas as idades sem mãos a medir, quer junto das pessoas sem abrigo, quer junto das famílias mais carenciadas e muito especialmente daqueles que sem idade e sem saúde para se deslocarem, recebem nas suas casas os "Voluntários Ave", que a sua casa levam tudo o que é necessário e o carinho muito particular que alegra as suas vidas tão solitárias...
homens e mulheres de coragem que até hoje já repartiram pelos mais necessitados em 15 anos de actividade ofereceu:
incontabilizáveis são o carinho , os sorrisos, as lágrimas, mas principalmente os momentos felizes que também acontecem, quando a vida daqueles a quem ajudamos floresce de prosperidade...
por tudo isto nós não podemos parar...
um grande abraço para todos...
com carinho e agradecida pelo apoio e pelos ensinamentos que particularmente e pessoalmente eu recolhi de todos eles...
lasalete
seguindo o que o povo diz, e há quem diga que o povo é sábio, é vulgar ouvir dizer " quanto mais me bates mais gosto de ti".
a violência doméstica tem sempre um factor de retaguarda que esconde um domínio privado onde o agressor se refugia, e descobre que pode manipular a sua emoção, batendo e maltratando a todos os níveis aqueles que aparentemente são mais fracos e que na maioria dos casos dependem de si...
mas já presenciei casos em que o dominador não era economicamente mais forte do que a vitima, ela pelo contrário era mais poderosa que ele, mas ao mesmo tempo mais frágil em termos emocionais...
o lado económico mais forte, levava-o a realizar na vítima todas as sujeições que não pudera realizar com os pais que eram cruéis e dominadores, manifestando sobre ele um poder , cerceando todas as suas economias, dando-lhes um destino próprio e invalidando assim o seu território particular...
vem , depois de casado encontrar alguém dominador pelo lado económico e então domina a esposa pelo lado emocional, exemplo que retirou do convívio familiar e que o marcou desesperadamente...
este é um exemplo verdadeiro e muito comum... mas o que mais me confunde na actualidade é a violência que se inicia muito cedo, e não só da parte dos homens , mas também da parte das jovens namoradas que batem nos namorados sem dó nem piedade...
as agressões iniciam-se na escola e prolongam-se á vista desarmada sem que ninguém ponha termo e indique ajuda para estes jovens casais...
a ideia de que dependemos de alguém para sermos felizes é um mito...
para sermos felizes dependemos de toda a gente ao mesmo tempo...
ninguém depende de uma só pessoa...
o " amor" a que todos nós aludimos em momentos mais ou menos propícios eivados de um romantismo quase sempre exacerbado pela paixão ou até pelo ciúme, leva-nos a acreditar que aquela pessoa é a eleita do nosso coração...
mais preocupante ainda é que muitas vezes a violência acontece dentro da família, irmãos que espancam as irmãs e os pais acham muito bem, pais que batem nos filhos e estes já constituíram família, e fazem-no por hábito...
tudo isto é bastante desumano, e execrável, quando todo este panorama de violência se apresenta diante dos filhos pequenos, criando um clima de terror, que quando acontece, o coração acelera, e o medo toma conta de todos naquela hora...
a violência é também um problema que a sociedade poderia ajudar a debelar, porque fica perante muitos casos estanque e não reage, mas as autoridades quando são chamadas a intervir. s´+o se manifestam quando existe flagrante delito...
diz-se por aí, e lembrando o povo mais uma vez " entre marido e mulher não metas a colher" , depois levamos a mão á cabeça quando percebemos que os homicídios estão a aumentar e que muitos de nós poderíamos ter evitado muita aflição...
é necessário agir , mas principalmente educar as mulheres no sentido de que ninguém fica só na vida... sempre há uma saída e não se deve colocar deliberadamente na mão do agressor...
ninguém cala a violéncia apenas porque lhe destina um dia para falar sobre ela, ou porque lhe estuda as causas...
a violência é uma triste herança, que foi sendo alimentada e guardada em segredo dentro dos nossos lares, até mesmo dos mais conceituados...
todos juntos não somos demais para travar este flagelo...
dia da não violência tem de ser todos os dias...
lasalete
escrever para mim, é como um abraço...
é deixar-me prender e seduzir por todos os conjuntos de letras que devoram sentimentos e espraiam emoções...
é como amamentar-me e nutrir-me de prazer, realizando viagens ao imaginário consciente do meu despertar como mulher...
escrever, é a mesma coisa que não me permitir envelhecer e é de forma sincera perpetuar a vida dentro e fora de mim...
escrever para mim, é espalhar-me por mil olhos e entrar dentro da alma de quem me lê , mas principalmente de quem me entende...
é passar para os outros, o hálito da minha alma... o som da minha voz, e, conseguir rir e chorar ao mesmo tempo, na certeza de que mil pedaços de mim, abraçam quem por mim se deixa abraçar...
estou apaixonada pelas letras, como se elas fossem canções, ou melhor, teclas dum piano que compõe melodias para mim...
a maior herança da minha vida, foi Deus que ma ofertou, as letras, entregou-mas perfumadas de poesia...
quando quero descansar, escrevo... entro num enorme espaço, belo demais e musical...
fico então na certeza de estar dançando, flutuando, sem conseguir parar...
digo a Deus muitas vezes, que até eu partir me permita escrever, para poder ter até ao derradeiro momento, o direito de sonhar...
neste sonho livre de censuras , eu me sinto refeita , aberta, sincera, amada, nutrida e realizada...
fico vezes sem conta a imaginar, os olhos e o bater do coração de quem me possa ler, pois que podem amar-me , ou odiar-me... mas isso que importa... o importante é que eu sempre posso escrever...
escrever permite amar na vez de alguém...
dar voz a quem a tem embargada, e a quem não tem voz...
chorar as lágrimas alheias ...
emendar pedaços de coragem, esfarrapados e escondidos...
cantar a alma lusitana... cantar o país que eu amo , com toda a força do meu ser...
dar força e espaço a quem nada tem...
e força e coragem a quem tudo tem e nada dá...
mais uma vez deixo aqui o meu abraço...
para todos os que estão dentro do meu peito, graças a Deus...
lasalete
inerente á função que desempenho junto da comunidade, um número elevado de pessoas recorrem ao meu ouvido para desabafar e solicitar assim o conselho adequado aos seus problemas...
entre os dramas pungentes de que vou tomando nota, um eleva-se neste momento, pelo numero crescente de casos que chegam como " um não sei quê de vergonha", mas com lágrimas e desespero á mistura...
ontem mesmo falando com alguém que me colocava o mesmo problema ... eu... quase fiquei sem resposta...
refiro-me ao problema dos pais que têm a seu cargo, os filhos já adultos, que agem como crianças, mesmo que tenham, 20,30 ou 50 anos...
quase sempre o desabafo vem acompanhado dum diagnóstico mais ou menos nos meandros da esquizofrenia, ou de depressão paranoica, ou até da moderna bipolar, que se espalhaou como o vento, e de outras patologias associadas que os pais dificilmente querem assumir...
são raros os progenitores que assumem a doença dos filhos e preferem referir que é questão de mau feitio ou que quem sabe " algum mal espiritual " que os filhos trazem consigo...
a explicação é muito difícil, e deveres preocupante, quando para atenuar a minha explicação o amor entra em litigio com as preocupações...
na maioria dos casos estes filhos ficam a cargo das mães , que ficam sozinhas com o problema e arrastam consigo os filhos doentes com uma coragem surpreendente...
as mazelas emocionais são detectáveis logo no inicio do diálogo, mas na maior parte dos relatos molhados de lágrimas vêm as agressões físicas e a falta de apoio institucional para quem se sente impotente perante semelhante pesadelo...
continuam amando os filhos, sem sombra de dúvida, mas fragilizadas as mães não têm resposta...
estes doentes entram em descompensação inúmeras vezes e quando podem ludibriam quem os ajuda recusando a medicação adequada...
em pleno surto, rompem as barreiras do aceitável e os pais são sovados e violentados em todos os seus ideais...
o amor não esmorece, mas o medo toma conta de todas as horas do dia...
as instituições que deveriam apoiar estes doentes não são em número suficiente e as poucas que estão ainda a funcionar, correm o risco de encerramento...
o acompanhamento destes doentes deveria estar mais activo e funcional, com regras legitimas que possibilitasse a estes pais a ajuda e orientação adequadas, tratando-os também da depressão declarada e das sequelas emocionais que já não conseguem disfarçar...
dizia há tempos uma mãe desesperada, que a impressão que tinha na vida é que estava a ser enterrada viva, parecendo até que a doença do filho estava a passar para ela, porque não tinha perante ele a calma de outros tempos...
num dos hospitais espíritas de S. Paulo - Brasil, este tipo de patologias são acompanhadas com muito sucesso com a ajuda de médiuns esclarecidos e que ministram aos doentes profundos impactos de fluido salutar o que permite observar a curtíssimo prazo a calma que eles necessitam para continuar a viver ...
no nosso país grande parte destes doentes dependem dos ais como se fossem crianças ocupando em casa um " berço eterno" ...
a sociedade economicista em que gravitamos, não está atenta a este tormento e não canaliza para este tipo de patologia a atenção necessária, não a tomando como urgente e carrega um fardo que a cada dia que passa se multiplica...
alguns destes doentes são portadores de uma sensibilidade extraordinária que não está a ser entendida por ninguém...
legislar no sentido de proteger é urgente...
a via da humanização é um caminho a trilhar, numa época em que o individualismo parece querer fazer carreira ...
é necessário proteger estes pais, para que eles com qualidade, possam proteger os filhos, em primeiro lugar deles próprios, e, depois, duma sociedade, que só porque não entende, os rejeita...
cumprir com amor a nossa missão enquanto pais, é muito importante e, no fim de contas o amor ainda continua a liderar a força de que somos portadores...
deixo aqui o meu abraço a esses pais, heróis de todos os tempos...
um bem haja por esses berços eternos que existem, em quartos anónimos rendilhados de lágrimas e aquecidos de esperança...
lasalete
ainda não me vesti do brilho das estrelas
nem da cor das rosas que o mundo espera ver,
nem da seda das asas das almas que são belas
nem das pétalas de lágrimas que a dor já fez correr...
tenho frio e calor todo o dia e a toda a hora
choro e sufoco as palavras que a cantar ainda invento
corto a garganta pela Fé com discursos vida fora
olho mais longe o quanto posso, o quanto intento...
a dor empastou a Terra com o sangue à luz da Lua
de frente para o egoísmo que mancha e que corrói
e a alma transformada que guardo quase nua
já não suporta a indiferença e a maldade que destrói...
de costas para Deus o homem diz ser mais
mas confunde os demais, sem dor nem sentimento,
rindo dos gritos dos que já não soltam ais
porque os corpos desnutridos se confundem no cimento...
os castelos de outrora, estão ruindo lentamente,
a vida está mostrando a nudez de todos nós
e eu quase nua, aos gritos, caminho consciente
matando o tempo pelos outros, erguendo a minha voz...
vou acertando os passos um a um e quase nua
criando mil formas de me vestir maduramente,
tento vestir-me de amor, de madrugadas e de lua
pela certeza que tenho de viver eternamente...
lasalete...15.3.09... 12 h
de vez em quando apetece ser feliz
mudar a cor das estrelas
e pintá-las uma a uma
mudar o sol de lugar
e deixá-lo adormecer
logo pela manhãzinha...
acordar a lua tonta
e fazê-la dançar nua
cheia de tanto bailar
bem de dia... bem de dia
até ela se cansar...
pintar o verde dos campos
de azul da cor do céu
e pintar o céu de verde
pensando que o mar cresceu...
pôr as nuvens às risquinhas
e colocar passarinhos
dentro delas a dormir...
fechar as ruas aos carros
e deixar acontecer,
bailes em todas as ruas
mudar a noite p'ro dia
para não anoitecer...
mudar o curso dos rios
quando eles correm p'ro mar
e então secar os peixinhos
que estão sempre a nadar...
dar-lhes asas coitadinhos
e então fazê.los voar...
apagar todas as luzes
fazer baixar as estrelas
e assim nossas cidades
sem querer ficavam mais belas...
tudo seria tão fácil
mas então p'ra ser feliz ?
seria apenas o mundo
que teria que mudar ?
não... não... falta o mais importante
dizer aos homens na Terra
que falta aprender a amar...
que para se ser feliz
é preciso ser capaz
de viver em harmonia
de romper muitas barreiras
de convenções sociais
e viver com os demais
sem preconceitos nem vendas
viver sem meias verdades
deixar de lado a maldade
que o mundo tenta manter
e ser em tudo mais brando
é tão simples é só querer
sermos bons de vez em quando...
lasalete... 24-1-09
fecharam-se as janelas do passado
selaram-se os vitrais fugiu a luz
apenas o olhar duma alma amargurada
apenas o olhar...estendido feito cruz
reflexo dum amor em alma já cansada...
nada mais há para dar...nada sobrou,
apenas coloridas mariposas
que guardei de minhas fantasias
quando soltas no jardim formavam rosas...
inventando para mim razões para existir...
não tenho mais nada dentro de mim para ofertar...
o frio aconteceu...o gelo esmoreceu o meu sentir
e no vento que ainda está a soprar,
mesmo que me esforce, não há como sorrir...
há gotas dentro de mim de sangue rubro
que guardam sem querer vagas lembranças
há gritos presos à garganta de rogos tão brutais
há memórias em minh' alma, geladas, tão sozinhas ,
sem par , a sofrer, sem par e sempre aos ais...
mas há mais... há mais dor sem amor
sem palavras... que o medo sepultou,
palavras que se queriam sentimento
palavras que mesmo ditas a fingir
selassem cada momento...
palavras de cor violeta
que mais tarde guardassem a saudade...
tristemente... tristemente...
ficaram as rugas dum rosto já cansado
lembrando um retrato que nunca foi olhado...
sobrou no coração a solidão
servida com medo e desespero
em salva polida de amargura, dor e de pranto
que se obriga a passar de mão em mão
assustada ... cansada,mas livre, a chorar tanto...
lasalete
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